quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Sentido da vida e escolha profissional


Há um certo tempo eu venho refletindo muito sobre qual seria o sentido da vida. O que estou fazendo aqui? Por que me dedico tanto aos estudos? Por que é tão importante esse esforço e dedicação ao trabalho que as pessoas tanto demonstram. (Quarentena e crise existencial bateram forte aqui haha) Duvido muito que alguém tenha uma resposta, afinal, cada um interpreta a vida a seu modo. Foi quando assisti um vídeo esses dias do TEDx Talks com o Lama Michel em que ele falou sobre o que seria esse sentido da vida. Obrigada algoritmo! 

Lama Michel iniciou sua fala afirmando que encontrou sua vocação bem cedo, com cerca de 11 anos. Ele faz uma observação muito parecida com os questionamentos que tenho tido, ao refletir sobre o que seria um certo "roteiro" da vida: ir para a escola, depois para a faculdade e por fim conseguir um emprego que pague bem e que você goste. Mas será que é só isso? Lama Michel disse que observava muito os adultos à sua volta que seguiram o tal roteiro mas que não eram felizes ou não estavam satisfeitos. Se mesmo seguindo o roteiro da vida, ainda não era o bastante, então o que seria? Foi então que Lama Michel conheceu seu guia e percebeu que queria seguir os mesmos passos que ele, um homem feliz e satisfeito com a vida. Ao trilhar sua jornada dentro do budismo ele entendeu o sentido da vida: evoluir como pessoa e tentar fazer o bem para o outro. 

Antes de me aprofundar mais nessa questão é importante frisar algo que ele falou. Existem dois jeitos de enxergar a vida: 

1º - Como uma simples questão sobrevivência

2º - Como um meio e não um fim. 

Durante esses últimos tempos, acho que perdi um pouco o propósito das coisas, não conseguia enxergar o motivo de estarmos aqui. Como eu disse no começo, a quarentena tem sido um processo de muita reflexão! Estava enxergando a vida simplesmente como uma questão de sobrevivência. Convenhamos que é difícil ter muita esperança quando nos vemos rodeados de pessoas que não se importam com o outro, né?

Escutar as palavras de Lama Michel, me fez pensar sobre a vida como um meio, um processo, uma jornada para nos levar à outro lugar, como algo significativo. Nessa jornada, como Lama Michel disse, nosso objetivo é nos tornarmos pessoas melhores do que éramos quando nascemos e tentar ajudar o próximo. Para conseguir nos tornar pessoas melhores, ele afirma que precisamos praticar um processo muito importante no budismo que consiste em escutar, compreender e meditar. Escutar as informações que nos são apresentadas, compreender/internalizar essa informação e meditar/incorporar essa informação em nossa vida. Para ajudar o próximo ele afirma ser necessário amar ao próximo (desejar a felicidade do outro) e ter sabedoria (lidar com o mundo do jeito que ele é, algo inconstante e subjetivo). Não sei se tem alguém aí precisando ler essas palavras, mas à mim elas trouxeram luz e propósito. Pensar que existe algo além da vida que estamos levando agora, traz paz. 

Ultimamente comecei a não querer fazer as coisas simplesmente por fazer, o que tem se refletido muito nas minhas escolhas profissionais e que explica o título desse texto. Não quero ter um trabalho sem sentido ou que não traga nenhuma contribuição para o mundo como um todo. Duvido muito que alguém tenha a resposta do por quê estamos aqui, mas já que estamos, que tal usarmos essa experiência para transformarmos o mundo em um lugar um pouquinho melhor? Vivemos em um mundo que as coisas parecem que só pioram. Mas, pensem comigo, nós estamos conseguindo ver que as coisas não estão certas, estamos conscientes de que precisa haver uma mudança. Tem gente que vê essas coisas e ainda concorda! Sei que sou muuuuuuuuito privilegiada por poder ESCOLHER qual profissão ou emprego quero exercer, mas já que tenho essa escolha, quero fazê-la com sabedoria. 

E vocês, o que acham do assunto?

O link para o vídeo com a palestra do Lama Michel é este: https://www.youtube.com/watch?v=g-Vi8PgmSY0