domingo, 25 de outubro de 2020

Autocobrança e estudos na quarentena



Eu adoraria chegar aqui e falar um monte sobre como minha rotina de estudos na  quarentena tem sido super produtiva, vender para vocês uma ideia que vejo em muita gente falando por aí de como basta só força de vontade para você alcançar seus objetivos, que seu único inimigo é você e etc.

No entanto, acho que seria muita irresponsabilidade da minha parte falar uma coisa dessas, sem levar em conta que só você sabe da sua realidade, só você sabe onde aperta seu calo. Infelizmente, a gente não está 24h por dia com a cabeça no lugar ou tem o melhor dos ambientes para conseguir estudar.

 

Eu, por exemplo, tenho vizinhos horrorosos que acham que podem fazer o quiser, gritar, correr pelo apartamento e escutar música alta o dia todo. Isso atrapalha e muito a concentração. 


Apesar de eu ser super exigente comigo mesma nos estudos, sempre gosto de deixar claro, para mim e para outras pessoas, que o mais importante é nos respeitarmos. É importante nos esforçarmos para dar continuidade aos estudos e colocar nossos sonhos em prática, mas devemos fazer isso com responsabilidade, respeitando nossos limites.


Não acredito que a vida seja um concurso de produtividade ou de quem tem mais aprovações. Se você é feliz assim, beleza. Mas não cobre do outro um nível de produção baseado na SUA realidade.


Como tem sido a experiência de estudos durante a quarentena para vocês?



quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Resenha - A Tenente de Cargil


O filme é inspirado na história de Gunjan Saxena, a primeira mulher piloto de combate da Força Aérea da Índia. Desde criança o seu sonho era se tornar piloto de avião, e, muito cedo, alguns entraves se apresentaram, como o irmão machista e a mãe que queria que a filha tivesse a vida e aproveitasse as oportunidades que ela não teve. Quanto mais ela se aproximava do sonho de ser piloto de avião, mais ele parecia escapar de suas mãos. Gunjan encontrou, então, na Força Aérea a oportunidade de realizar esse sonho, foi no momento em que as primeiras mulheres estavam sendo recrutadas e desafios ainda maiores se apresentariam nesta fase. Sendo a primeira mulher do batalhão, teve de conviver com o preconceito dos outros cadetes, a exclusão e a subestimação. Todos os dias precisava provar seu valor e sua capacidade. Aos poucos, com muita bravura, força, determinação e perspicácia, foi quebrando todas as barreiras. Eclodiu então, uma guerra em Cargill entre Índia e Paquistão e ela, como uma das melhores pilotos, foi convocada. O final vocês vão ter que descobrir assistindo ao filme rsrs.


Agora, gostaria de destacar alguns pontos que me chamaram a atenção. O primeiro é que em momento nenhuma a história relata a vida amorosa de Gunjan. Eu achei isso incrível, pois deixa claro que a vida uma mulher não se resume a isso.

Desde o início da história, quem mais acreditava e incentivada Gunjan era seu pai, que nunca apresentou limitações para seu sonho de se tornar piloto. Normalmente os filmes retratam o pai como uma figura opressora e controladora, mas nesse caso, ele é uma figura libertadora. A cena que mais me fez chorar foi, quando o machismo e todas as dificuldades estavam suprimindo sua bravura, Gunjan estava pensando em desistir de ser piloto e "sossegar", ou seja, casar. O pai, em meio à um discurso emocionante, disse que ele nunca quis dar uma educação limitadora para ela, pois queria que ela seguisse seus próprios sonhos e não o que o mundo esperava que ela fizesse.


A Tenente de Cargil é uma jóia rara da Netflix, um filme inspirador, nos lembrando sempre que não podemos desistir de nossos sonhos, não importa o quão difícil seja. Nós, mulheres, temos ainda mais obstáculos à nossa frente do que os homens. A história de Gunjan nos lembra temos uma força sobre-humana dentro de nós que nos impulsiona a seguir em frente, apesar de tudo. O filme mostra perfeitamente que, quando uma de nós levanta, incentivamos outras a levantarem também. A luta continua. Obrigada Gunjan.